Leucemia Felina (FeLV) – Quiz II

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Leucemia Felina (FeLV)

Leucemia Felina (FeLV) – Quiz I

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Leucemia felina – cuidados com o gato FeLV-positivo e como prevenir a doença

Infelizmente, ainda não existem tratamentos capazes de curar a Leucemia Felina (FeLV). Por isso, ter um gato com Leucemia Felina pode ser um desafio. Contudo, tomando os devidos cuidados em casa e com o devido aconselhamento e acompanhamento médico-veterinário, é possível garantir uma boa qualidade de vida a gatos FeLV-positivo.

 

Desta forma, a confirmação que um gato é FeLV-positivo, por si só, não deve ser motivo para considerar a eutanásia.

 

Considerações ambientais

 

Uma consideração importante no maneio de gatos com Leucemia Felina é a gestão do espaço e interacção com outros gatos. Uma vez confirmado que um gato tem Leucemia, o acesso deste ao exterior deve ser totalmente restringido e, se possível, que seja o único gato em casa.

A restrição do acesso ao exterior previne que outros gatos possam ser infectados. Esta medida reduz os comportamentos de risco que aumentam a exposição ao vírus. Além disso, também reduz potenciais infecções secundárias para o gato FeLV-positivo.

 

Quando há mais do que um gato em casa, todos os gatos devem ser testados para Leucemia.

Dentro de casa, a separação entre gatos FeLV-positivo e gatos FeLV-negativo deve ser considerada. Tendo em conta as propriedades do agente infeccioso e as suas formas de contágio, esta medida reduz a possibilidade de infecção e de gatos não infectados e é uma das formas de prevenção.

A introdução de novos gatos está desaconselhada, uma vez que isso pode provocar alterações na estrutura social. Estas alterações podem desencadear comportamentos de risco, como lutas e mordeduras.

 

Gatos inteiros FeLV-positivo, devem ser castrados. A castração evita comportamentos de risco de exposição e transmissão do vírus como fugas, lutas e estilos de vida errantes.

 

Nas habitações com mais de um gato, as zonas de alimentação devem estar separadas, com comedouros e bebedouros individuais, para animais infectados e não infectados. A passagem ou troca de objectos entre as mesmas deve ser evitada.

 

O vírus não sobrevive por muito tempo no meio ambiente sendo facilmente inactivado por detergentes e desinfectantes. Assim, a higiene das caixas de areia e de outros objectos com que os gatos contactam, pode ajudar a diminuir a carga viral.

 

Infelizmente, nem sempre é possível isolar gatos FeLV-positivo de gatos FeLV-negativo. Nestes casos, é recomendada a vacinação dos gatos não infectados.

 

Considerações na saúde de gatos FeLV-positivo

 

Como resultado de um sistema imunitário comprometido, os gatos FeLV-positivo podem ser particularmente vulneráveis a outras doenças.

Desta forma, é importante que os tutores saibam reconhecer alguns dos sinais mais comuns indicativos de doença em desenvolvimento:

 

  • Alterações no consumo de água e alimento
  • Eliminação (micção e defecação) inadequada
  • Alterações nos níveis de actividade
  • Alterações nos hábitos de dormir
  • Perda de peso
  • Alterações na vocalização
  • Stress

 

Gatos FeLV-positivo que não demonstrem sinais clínicos de doença devem manter um contacto próximo com o Médico Veterinário e fazer exames físicos completos e regulares. A avaliação de parâmetros sanguíneos e bioquímicos deve ser realizada, no mínimo, uma vez por ano.

 

Os tutores devem também ter particular atenção com a alimentação dos seus gatos. A alimentação de gatos com Leucemia Felina deve ser equilibrada, com proteína de boa qualidade, poucos hidratos de carbono e moderada em gorduras e no teor de humidade. As dietas cruas são desaconselhadas em gatos FeLV-positivo, pelo risco de exposição dos gatos a doenças bacterianas e parasitárias associadas a este tipo de dieta.

 

Apesar de se aconselhar a restrição total do acesso à rua, a vacinação de gatos FeLV-positivo contra outras doenças deve ser mantida. Da mesma forma, o controlo antiparasitário deve ser realizado com a devida frequência.

 

Nos gatos FeLV-positivo que demonstrem sinais de doença, a intervenção terapêutica precoce é a chave para o sucesso terapêutico. A maioria dos gatos FeLV-positivo consegue responder eficazmente aos tratamentos. Contudo, estes gatos poderão necessitar de planos de tratamentos mais longos e agressivos, sob monitorização rigorosa, até à sua recuperação.

 

Prevenção da infecção e vacinação

 

Existem diversas vacinas disponíveis para protecção contra FeLV, no entanto nenhuma garante protecção a 100%. Apesar de não impedir uma possível infecção, a vacinação de gatos saudáveis aumenta a probabilidade de neutralizar a infecção. Sempre que possível, devem ser administradas vacinas sem adjuvantes, de forma a minimizar a inflamação local resultante da inoculação.

Não existe qualquer benefício em vacinar gatos contra Leucemia Felina quando estes já são FeLV-positivo. É, por isso, importante testar os gatos de forma a identificar e isolar os que apresentam virémia.

 

Devem ser testados:

 

  • Todos os gatos, antes de serem introduzidos num ambiente doméstico;
  • Gatos de interior com acesso ao exterior ou que partilhem casa com gatos com acesso ao exterior;
  • Gatos que partilhem ambientes com gatos FeLV-positivo, sobretudo se manifestarem sinais de doença;
  • Gatos de interior que possam ter sido expostos a outros gatos com estado incerto de FeLV

 

A decisão de vacinar os gatos para Leucemia deve ser baseada numa análise de risco de infecção e do estilo de vida de cada gato.

 

Quando a vacinação é considerada apropriada, são necessárias duas administrações da vacina. A primeira dose é administrada a partir das 8 semanas de idade e a segunda cerca de 3-4 semanas depois. As novas indicações de vacinação consideram que um reforço pode ser realizado entre os 6 e os 12 meses após a última vacinação, e posteriormente a vacina poderá ser repetida na eventualidade de se manter o risco de exposição a FeLV.

 

Por norma, considera-se importante a vacinação de gatos que tenham acesso ao exterior ou que partilhem habitação com gatos com acesso ao exterior, gatos que habitem com mais do que um gato (sem testes prévios de FeLV) e de gatos que vivam com gatos FeLV-positivo.

 

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Leucemia Felina (FeLV)

Leucemia felina (FeLV) – o que é e como se transmite

A Leucemia Felina (FeLV) é, de entre todas as doenças infeciosas que podem afectar os gatos, a mais comum em todo o mundo.

Leucemia é um termo conhecido de quase todos como sendo uma doença oncológica do ser humano. Por isso, é importante esclarecer que quando falamos de Leucemia felina estamos a falar de uma doença causada por um vírus que afecta felinos, e não de uma doença oncológica /tumoral.

 

O que é o FeLV?

 

O vírus da Leucemia Felina é um Retrovírus, que SÓ infeta felinos.

A principal forma de contágio é através do contato prolongado com secreções de gatos infetados, tais como:

  • saliva
  • sangue
  • secreções nasais
  • urina
  • fezes
  • leite materno

As formas mais habituais de contágio ocorrem através de mordedura, lavagem mútua entre gatos e partilha continuada e simultânea de comedouros.

Como este vírus não sobrevive com facilidade no ambiente, a transmissão através de fezes, urina, aerossóis ou o contato com objectos que tenham sido contaminados com secreções de gatos infetados não é tão eficaz.

A transmissão de mãe para filhos pode ocorrer quer através da placenta, quer através da amamentação. O contágio também pode ocorrer por transmissão sexual, embora seja menos comum.

 

Grupos de Risco

 

Portanto, os animais em maior risco de serem infetados são aqueles expostos a gatos infetados quer por contato direto e prolongado, quer através de dentadas durante lutas.

Gatinhos e animais jovens são mais sensíveis ao vírus, por isso, a doença é mais usual em gatos entre 1-6 anos. Gatos machos que tenham acesso ao exterior de forma não supervisionada também correm maior risco.

Gatinhos infetados dentro do útero, que sobrevivam ao parto, normalmente demonstram um desenvolvimento muito rápido da doença.

 

Como surgem os primeiros sinais de Leucemia Felina (FeLV)?

 

De forma simplificada, ao infetar um gato, o vírus do FeLV inicia a sua multiplicação na zona da boca e faringe e dissemina-se por todo o corpo do animal até atingir a medula óssea.

Os glóbulos brancos e plaquetas, produzidos e libertados na corrente sanguínea, “transportam” o vírus por todo o corpo até este chegar às diferentes glândulas corporais. As glândulas salivares são exemplo disso e este processo dura, no mínimo, cerca de um mês.

Os efeitos adversos no corpo do gato podem ser vários. Normalmente surgem estados de deficiência imunitária grave (perda das defesas naturais contra infeções), doenças oncológicas (p.ex. linfoma) e alterações sanguíneas.

Ao ficarem com o sistema imunitário debilitado, os gatos infetados não reagem eficazmente a outras infeções. Por este motivo, bactérias, fungos e outros vírus podem causar doenças severas por infeção secundária.

Em estados iniciais, os gatos infetados não demonstram qualquer tipo de sintoma. Porém, à medida que o tempo vai passando, a saúde deteriora-se e surgem sintomas devido a infeções secundárias ou desenvolvimento de problemas tumorais.

 

Sinais clínicos

 

Os sinais são normalmente inespecíficos, sendo os mais usuais:

  • anorexia (perda de apetite)
  • perda de peso
  • depressão
  • aumento dos gânglios linfáticos
  • pelagem com mau aspeto
  • anemia
  • sintomatologia digestiva (vómitos, diarreia persistente, que usualmente estão mais relacionadas com linfoma digestivo)
  • feridas na boca
  • feridas nos olhos
  • sintomas respiratórios (rinite, dificuldade respiratória e derrame pleural, maioritariamente relacionado com linfoma do mediastino)
  • icterícia – coloração amarelada na pele, esclera e mucosas (relacionada com destruição de glóbulos vermelhos ou patologia hepática)
  • sintomas neurológicos (perda de equilíbrio, incoordenação motora, convulsões)
  • Insuficiência renal (associado a linfoma renal ou glomerulonefrite)
  • nas fêmeas podem verificar-se abortos ou nascimento de gatinhos já mortos e problemas de fertilidade
  • febre persistente

Os gatos com FeLV podem apresentar apenas alguns destes sintomas ou até nenhum. A presença ou não de sintomas, deve-se ao facto de os gatos poderem reagir de diferentes formas.

 

Formas da doença

 

  • em casos raros o sistema imunitário do gato consegue eliminar o vírus (não havendo progressão da doença);
  • uma pequena percentagem de gatos consegue eliminar o vírus da sua corrente sanguínea, mas não do seu corpo. São animais que enquanto se mantenham neste estado normalmente não mostram sinais de doença. Contudo, pode ocorrer “ativação” do vírus novamente, passando a apresentar sintomatologia e a poder infetar outros gatos;
  • A maioria mostra quadros progressivos da doença e pode infetar outros gatos, pois apresentam o vírus em circulação sanguínea permanentemente (animais virémicos). Nestes casos, surgem sintomas e a doença vai evoluindo continuamente.

 

Diagnóstico

 

O diagnóstico de FeLV faz-se através de testes sanguíneos que detetam a presença de uma proteína do vírus. Podem ser realizados na clínica, através de um teste rápido, ou em laboratório.

Consoante a sintomatologia do paciente, devem realizar-se exames auxiliares de diagnóstico para diagnóstico de infeções secundárias ou processos oncológicos:

  • Análises bioquímicas e hemograma
  • Radiografia
  • Ecografia
  • Citologia ou biópsia de: massas, gânglios aumentados ou medula óssea

 

Tratamento e Prognóstico

 

Infelizmente, não existe ainda nenhum tratamento eficaz capaz de eliminar completamente o vírus da Leucemia Felina.

O recurso a medicamentos antivirais e a terapêuticas que estimulam o sistema imunitário tem sido descrito e usado. No entanto, existem efeitos secundários e as melhorias clínicas não são muito significativas.

Assim, muitos Gatos FeLV-positivo vivem sem grandes complicações durante alguns anos. Sobretudo, deve ter-se especial atenção com os cuidados profiláticos e o bom maneio alimentar e ambiental (mantendo níveis de stress reduzidos). O mais importante é evitar infeções secundárias, mantendo os animais infetados em casa, sem contato com o exterior ou com outros gatos (evitando que apanhem infeções secundárias e impedindo a disseminação do FeLV a outros gatos).

A Leucemia Felina é, sobretudo, uma doença progressiva e mortal. Como resultado, a esperança de vida varia entre 2 a 3 anos, após o diagnóstico. A progressão desta patologia é muito mais rápida em gatinhos.

Acima de tudo, pela gravidade e agressividade desta patologia, é recomendado que se procedam a medidas preventivas como a vacinação. Fale com um Médico Veterinário para saber como pode proteger o seu gato desta doença fatal.

 

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