Diabetes Felina – Quiz II

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Diabetes Felina

Diabetes Felina – Quiz I

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diabetes felina

Gatos com diabetes podem ter uma vida normal. Saiba como!

Tratamento da diabetes felina

 

Apesar da diabetes felina não ter cura, é uma condição tratável. Contudo, nem sempre é simples de gerir, e requer uma grande dedicação e compromisso por parte dos tutores.

 

O tratamento da diabetes tem por objetivo devolver a qualidade de vida aos gatos. Assim, o foco está no controlo dos sinais clínicos associados à diabetes e prevenção do desenvolvimento de complicações a longo-prazo. Evitando desta forma, flutuações adversas nos níveis de glicémia no sangue.

 

Antes de iniciar qualquer terapêutica, é possível que o seu Médico Veterinário peça exames adicionais de forma a identificar doenças concomitantes, ou avaliar a necessidade de alterar medicações atuais, que possam de alguma forma afetar o tratamento da diabetes.

 

A diabetes felina, quando não existem complicações associadas, gere-se principalmente através da administração de insulina e de uma dieta adequada.

 

 

Insulinoterapia

 

A gestão de fatores como dieta, nível de atividade e estilo de vida podem influenciar o controlo da concentração da glucose sanguínea. Contudo, a administração de injecções de insulina é um dos pontos-chave no tratamento da diabetes felina.

 

Ao início, a ideia de administrar insulina a um gato poderá parecer assustador. No entanto, com o auxílio do seu Médico Veterinário, a maioria dos tutores e dos gatos habituam-se rapidamente.

 

Cada caso deve ser considerado individualmente, e as doses de insulina a administrar não são iguais para todos os gatos. As doses devem ser calculadas com base no peso (ideal) do seu gato, estilo vida e tipo de alimentação.

 

Gatos com excesso de peso, devem ter um programa de perda de peso controlado e gradual, como parte do tratamento. Gatos obesos são frequentemente um desafio terapêutico. Sendo que a obesidade tende a causar resistência à insulina e assim pode influenciar eficiência da insulina no organismo.

 

 

Tipos de insulina disponíveis no mercado

 

Existem diversas preparações de insulina disponíveis com diferentes períodos de atuação. Os efeitos na regulação do controlo da glucose sanguínea também são diferentes.

 

As preparações de insulina de absorção retardada libertam-se de forma progressiva, oferecendo um controlo ótimo e duradouro da glicémia. Isto facilita a gestão da doença facilitando também a vida dos tutores.

 

Frequentemente, no início do tratamento existe um período adaptação à terapêutica, que é bastante variável de caso para caso. Neste período, é comum que sejam requisitados alguns testes de forma frequente.

 

Estes dados são importantes não só numa fase inicial do tratamento e para saber se poderá ser necessário ajustar a dose de insulina. No entanto, uma vez estabilizados, os gatos diabéticos poderão ser monitorizados em casa, pelos tutores.

A terapêutica é considerada eficaz quando os sinais clínicos de diabetes mellitus melhoram significativamente ou são eliminados. Embora variável, a maioria dos gatos diabéticos conseguem ser estabilizados num curto período de tempo (em menos de 6 meses).

 

 

 

A importância da dieta

 

Uma vez que a terapêutica visa reduzir estados de hiperglicémia, os gatos diabéticos devem ser alimentados com uma dieta de elevada qualidade, com proteína altamente digerível e baixo teor de gordura e hidratos de carbono.

 

Existem várias dietas veterinárias disponíveis, formuladas especificamente para gatos diabéticos e o seu Médico Veterinário poderá ajudar a identificar qual se adequa melhor ao seu gato, e qual a quantidade diária que o seu gato deve consumir.

 

No entanto, uma vez que os gatos são conhecidos pela sua peculiaridade no que toca ao seu alimento, por vezes pode ser preferível manter o gato com a sua dieta habitual, de forma a evitar a períodos de anorexia e estados de hipoglicémia.

 

É também importante referir que os gatos diabéticos devem ser mantidos num regime bem controlado, sendo alimentados regularmente e seguindo uma rotina: mantendo a mesma quantidade do mesmo alimento, e à mesma hora do dia, de forma a acompanhar as administrações de insulina.

 

 

Hipoglicémia – uma consequência do tratamento

 

A hipoglicémia, uma diminuição excessiva dos níveis de açúcar no sangue, é um estado que pode ocorrer em qualquer momento da terapêutica. Contudo, é mais provável que ocorra durante o período inicial de adaptação dos pacientes. A hipoglicémia pode ser desencadeada por vários factores desde uma redução no consumo de alimento, à presença de perturbações gastrointestinais (como vómito ou diarreia) e outras doenças, à administração de doses superiores de insulina, etc.

 

Pode manifestar-se como letargia ou inquietação, tremores e incoordenação, contudo em casos graves podem ser observadas convulsões e até estados de coma.

 

A hipoglicémia não controlada pode avançar para cetoacidose diabética – uma emergência médica e deve ser gerida o mais breve possível.

 

 

Complicações a longo prazo da Diabetes Mellitus felina

 

No decurso de diabetes prolongada e não controlada, um estado de hiperglicémia persistente pode resultar no desenvolvimento de algumas complicações:

 

Neuropatia diabética – é encontrada apenas ocasionalmente e traduz-se em lesões nervosas causadas, entre outros factores, pela hiperglicémia.

 

Frequentemente é relatada uma dificuldade em saltar, fraqueza nos membros posteriores e perda de massa muscular.

 

Em algumas ocasiões os gatos apoiam a superfície plantar do membro no chão, ao invés de apoiarem apenas os dígitos.

 

Não existe um tratamento específico e o prognóstico é reservado. Contudo, a resolução parcial ou total dos sinais clínicos pode ocorrer com o controlo da concentração sanguínea de glucose.

 

Nefropatia diabética – o rim é alvo de alterações que podem conduzir ao desenvolvimento de insuficiência renal.

 

A nefropatia manifesta-se sobretudo pela perda de proteínas através da urina. Esta alteração causa lesões nos tecidos renais, alterando a capacidade funcional do rim.

 

Não existe um tratamento específico para a nefropatia diabética. No entanto, controlando o estado da diabetes e recorrendo aos cuidados médicos para estabilização da insuficiência renal é possível minimizar a evolução da doença renal.

 

Cataratas – A formação de cataratas é um processo irreversível, contudo é importante referir que as cataratas são raras em gatos diabéticos e bastante mais comum em cães.

 

No entanto, o desenvolvimento de cataratas pode ser súbito, mesmo após o início de terapia.

Desta forma, deve ser realçada a importância de manter um controlo acertado da concentração sanguínea de glucose, uma vez que previne complicações a longo prazo da diabetes felina.

 

 

Prognóstico

 

Em gatos, a remissão clínica é possível e deve ser, também, um dos objectivos a alcançar com o tratamento. Uma vez controlada a hiperglicémia inicial com recurso à insulina, gatos diabéticos que mantenham células pancreáticas capazes de produzir insulina em quantidades suficientes, poderão entrar em remissão clínica.

 

A remissão clínica traduz-se então pelo controlo da concentração de glucose sanguínea e ausência de sinais clínicos, na ausência de administração de insulina. O período de remissão clínica é variável e dependerá da duração do período de hiperglicémia e da existência de células pancreáticas funcionais.

 

Nem todos os gatos conseguirão entrar em remissão. Contudo, é importante relembrar que remissão não é o mesmo que cura, e mesmo não necessitando de insulina deverá ser mantida uma monitorização apertada.

 

Na avaliação do prognóstico da diabetes é necessário considerar factores como a idade, a facilidade de estabilização da diabetes, a existência de outras doenças ou o desenvolvimento de complicações da diabetes e a gravidade das mesmas.

 

Não existe cura, mas quando bem gerida, é possível garantir aos gatos diabéticos longos anos de vida com excelente qualidade. Além disso, a remissão clínica pode ser uma realidade para gatos que sejam diagnosticados numa fase precoce.

 

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Diabetes em gatos

Sabia que os gatos também podem ter diabetes?

Diabetes em Gatos

A Diabetes, é uma doença que todos nós já ouvimos falar. Infelizmente é comum em todo o mundo, afectado várias pessoas. Sabia que também os gatos podem ser diabéticos?

Muitas são as patologias que os nossos amigos felinos podem ter. Algumas são infecciosas, outra metabólicas, sendo umas específicas desta espécie, mas outras comuns a outros tantos animais, incluindo o homem.

 

 

O que é a Diabetes?

A diabetes é uma doença endócrina (hormonal) em que o organismo não consegue produzir ou responder convenientemente, à hormona insulina.

A insulina é produzida no pâncreas e é como se fosse uma “chave” que se liga às células do corpo, permitindo que estas absorvam a glicose sanguínea (açúcar). É através deste mecanismo que as células recebem energia.

Durante a digestão dos alimentos produzem-se nutrientes fundamentais ao organismo. Um deles é a glucose. Após a refeição, esta substância aumenta na corrente sanguínea. Por influência da insulina, a glucose é absorvida e utilizada pelas diferentes células do corpo, diminuindo a sua concentração no sangue.

Por vezes a insulina não é produzida em quantidade suficiente ou as células não respondem à insulina produzida. Neste caso, os órgãos não conseguem recebem a glucose, levando a um aumento da concentração deste açúcar no sangue (hiperglicemia).

Em medicina veterinária classificamos a Diabetes, como em medicina humana, em dois tipos diferentes:

 

  • Diabetes tipo I: quando há diminuição de produção de insulina por parte das células pancreáticas
  • Diabetes tipo II: quando as células do corpo não respondem à insulina produzida.

 

Em ambos os tipos existe sempre aumento da concentração da glucose no sangue. No caso dos felinos é mais frequente a Diabetes de Tipo II, sendo a diabetes tipo I rara nos gatos. Embora possa afetar qualquer felino, os machos castrados e felinos obesos adultos e idosos, ou que tenham sido sujeitos a terapêuticas prolongadas com corticosteroides, apresentam maior risco.

 

 

Quais os sinais clínicos apresentados?

Embora muitos pacientes não apresentem todos os sintomas possíveis, os sinais clínicos mais usuais são os seguintes:

 

  • Perda de peso (as células do corpo não conseguem absorver glucose, por isso há “destruição” de reservas corporais como gordura e massa muscular, para conseguirem obter energia que necessitam)
  • aumento do apetite e ingestão de alimento (havendo animais que anteriormente não roubavam alimentos dos tutores, e passam a “atacar” pratos, alimentos para confeção de refeições, etc.)
  • aumento da ingestão de água (procuram beber água em vários locais, como vasos de plantas, lavatórios e lava-loiças, sanitas)
  • aumento do volume de urina produzida com glucose presente na urina eliminada (a caixa da arreia fica muito molhada rapidamente ou urinam fora da caixa, não sendo marcação de território)
  • perda de condição de pelagem (pelo sem brilho e embaraçado)
  • prostração (tendem a dormir mais e não se mostrarem enérgicos)
  • outros sintomas surgem secundariamente, como por exemplo, infeções urinárias recorrentes, desidratação, posicionamento plantígrado dos posteriores (apoiam membros posteriores desde os curvilhões), entre outros

 

Quando não diagnosticada, é uma patologia que conduz a múltiplas falhas orgânicas e quadros clínicos complicados. Por exemplo, a cetoacidose diabética, que pode levar à morte do animal.

 

 

Como se diagnostica Diabetes ?

O diagnóstico desta patologia endócrina não requer o recurso a exames nem procedimentos complexos. Aliás, pode ser diagnosticado numa consulta e no próprio dia.

O exame clínico completo e a cuidada história do animal são fundamentais para o diagnóstico.

A colheita de sangue e urina para realizar a medição da concentração de glucose, são testes fundamentais para o diagnóstico. É, contudo, imprescindível realizar as colheitas de amostras num ambiente calmo e com o mínimo de stress possível. Fisiologicamente, gatos em stress ou com medo, apresentam concentrações elevadas de glucose sanguínea (o que pode levar a diagnósticos errados). O médico veterinário pode enviar o sangue para um laboratório e solicitar estes doseamentos ou realizar estas provas na clínica. Pode ainda solicitar em laboratório, o doseamento de uma molécula, denominada frutosamina, que está habitualmente elevada em gatos diabéticos. Este parâmetro é muito importante de ser doseado para controle e avaliação da terapêutica que se institui, posteriormente ao diagnóstico.

 

A diabetes é uma doença que não tem cura, mas que pode ser controlada convenientemente. O tutor deverá ter o cuidado de seguir as recomendações do seu veterinário assistente bem como o plano de controle regular que seja instituído.

 

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