Sabe o que é a Dirofilariose?

À semelhança das pulgas e carraças, que podem transmitir doenças aos nossos animais de estimação, existem algumas espécies de mosquitos e outros insetos que podem causar problemas de saúde aos nossos pets.

Os mosquitos podem ser portadores de agentes causadores de doenças como vírus ou parasitas, e podem transmiti-los sem qualquer risco para eles (e são, por isso, chamados de vetores).

Acontece que por causa dos seus hábitos alimentares e necessidades de reprodução, os mosquitos fêmea alimentam-se de sangue – de pessoas e outros mamíferos, como os nossos animais de estimação. E desta forma, quando estes mosquitos mordem podem injetar estes agentes na pele juntamente com a sua saliva.

Em Portugal, uma das principais doenças transmitidas pela picada de mosquitos a ter em atenção nos nossos animais de estimação é a dirofilariose.

 

Grave e potencialmente fatal, a dirofilariose é também conhecida como o “parasita do coração”. Na verdade, a doença é provocada por um parasita chamado Dirofilaria immitis, que é transmitido pela picada de mosquitos culicídeos – mosquitos da espécie Culex.

A doença tem uma distribuição mundial, mas existem zonas de risco onde a doença é particularmente prevalente, como as regiões litorais e de clima quente e temperado.

Parte do desenvolvimento do parasita ocorre nos órgãos do mosquito, mas para completar o seu crescimento este  necessita de um outro hospedeiro – e por norma, os animais com acesso ao exterior são os animais que permitem o desenvolvimento e continuidade da doença (diz-se, por isso, que são o seu hospedeiro reservatório).

Os cães ou gatos são infetados durante a picada de mosquitos que contêm e injetam formas imaturas do parasita (as microfilária) na pele. Estas formas larvares migram pelos tecidos subcutâneos e órgãos dos nossos animais, e uma vez desenvolvidas, as formas adultas vão alojar-se no coração, artéria pulmonar e pulmão. Aqui, reproduzem-se e libertam formas imaturas na circulação sanguínea.

Desta forma, um mosquito que se alimenta do sangue de um animal portador de dirofilárias e das suas formas imaturas, pode infetar-se e transmitir o parasita a um outro animal da próxima vez que se alimentar.

É importante realçar que esta doença pode infetar pessoas, embora apenas através da picada do mosquito – não pelo contato com os animais positivos.

Assim se compreende a importância de controlar estes agentes, pela proteção dos nossos animais de estimação – se o nosso pet estiver protegido, reduzimos a possibilidade dos mosquitos se infetarem com os parasitas e a disseminação da doença.

Uma vez no coração, os parasitas adultos podem atingir dimensões consideráveis (até 30cm de comprimento) e causar danos graves, pelo que os principais sinais clínicos da doença são consequência das lesões causadas pelos parasitas no coração e vasos sanguíneos.

A doença é de progressão lenta (necessitando cerca de 6 meses até que se complete o ciclo de vida dos parasitas e libertação das formas imaturas), pelo que de inicialmente os sinais clínicos são escassos. Com a evolução da doença, os animais infetados apresentam tosse, dificuldade respiratória, perda de peso, intolerância ao exercício e insuficiência cardíaca, hepática e renal.

O diagnóstico de dirofilariose pode ser realizado com base na história clínica e evolução dos sintomas, juntamente com alguns exames laboratoriais que detetam as formas imaturas dos parasitas na circulação sanguínea ou de proteínas libertadas pelos parasitas adultos.

Não é livre de riscos, mas felizmente existe tratamento para a dirofilariose. Para atingir a cura dos animais é necessário eliminar as formas adultas e imaturas. Contudo, existe o perigo de embolias e por isso o tratamento exige o internamento e monitorização contínua dos animais.

Evitando o risco de doença e dos tratamentos, a melhor atitude a adotar é a prevenção! Existem diversas formas de prevenção contra a dirofilariose que são seguras e eficazes.

A infeção dos nossos animais tem uma certa sazonalidade, uma vez que depende do nível de atividade dos mosquitos! Assim, com o aumento da temperatura surge também um maior risco de doença. Mas como a sua progressão lenta, é possível que a doença não seja diagnosticada por muito tempo, até ser completado o ciclo de vida dos parasitas. Por tudo isso, é aconselhada uma prevenção atempada, sobretudo em zonas com muitos mosquitos.

Um fator também importante é a distribuição geográfica da doença em Portugal, uma vez que zonas normalmente mais frequentadas em épocas balneares como o Algarve ou a ilha da Madeira têm prevalências relativamente elevadas da patologia. Ou seja, deve também ser considerada a deslocação para estas zonas na altura do Verão como um factor de risco para os nossos pets.

O seu Médico Veterinário poderá aconselhar quais as medidas mais adequadas ao seu pet, tendo em consideração o seu local de habitação, prevalência da doença e estilo de vida do seu animal.

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Será que preciso de desparasitar o meu gato, se ele não sai de casa?

Muitos tutores acreditam que não é necessário desparasitar os seus animais quando estes vivem apenas dentro de casa. Mas a verdade é que mesmo sendo animais exclusivamente de interior, existem formas pelas quais os nossos animais se podem infestar com parasitas, internos e externos!

Pulgas, ácaros, ténias e lombrigas continuam a ser uma ameaça para os nossos patudos de interior!

#1 –  O seu gato de interior não vai à rua…mas o tutor sim!

Diariamente, na nossa rotina, contactamos com diversos agentes parasitários e com frequência somos nós, os tutores, que levamos estes agentes para o interior das nossas habitações – por exemplo, ovos e estados imaturos de parasitas internos ou externos podem ser transportados na nossa roupa e sapatos para o interior das casas.

É importante referir que, por vezes, os ovos e estados imaturos de alguns parasitas (como por exemplo, das pulgas) podem sobreviver por longos períodos de tempo no meio ambiente, desenvolvendo-se quando as condições são oportunas ao seu crescimento. Além deste pormenor, é também de referir que as pulgas podem conter e transmitir também parasitas intestinais (ténias) aos nossos animais – caso os nossos patudos ingiram pulgas que estejam parasitadas!

#2 – Quando se é pequenino…

Quando as mães ainda gestantes não estão desparasitadas (interna e externamente), pode ocorrer transmissão de parasitas entre a mãe e os filhotes. Neste caso, é possível que os pequenotes apenas manifestem sinais por volta das 3 ou 4 semanas de idade. Enquanto não forem tratados, poderão libertar ovos de parasitas para o  meio envolvente, havendo possibilidade serem de novo parasitados no futuro.

#3 –  Outras companhias…

Na eventualidade do seu patudo partilhar o espaço com outros animais que tenham acesso ao exterior, se o animal que tem acesso ao exterior for alvo de parasitas, então é possível que o animal de interior seja dessa forma infestado.

Também não se pode excluir a possibilidade de alguns convidados indesejados, como roedores, moscas e outros insectos, serem uma fonte de parasitas (entre outros agentes infecciosos), e assim transportar e contaminar o ambiente de casa e o seu animal de estimação.

#4 –  Dietas cruas e caseiras

Alguns tutores optam por fornecer alimentos e ingredientes crus ou confeccionar a dieta em casa. Por ser uma possível fonte de infecção para os nossos animais, na eventualidade de fornecer alimentos crus deve ter o devido cuidado na escolha de alimentos em bom estado de conservação e higiene! Da mesma forma, ao confeccionar os alimentos deve prepará-los de forma higiénica, e certificar-se que foram cozinhados à temperatura e tempo adequados.

#5 –  Quando devo desparasitar

Contudo, os planos de desparasitação dos nossos animais devem ser sempre adequados à sua idade, condições médicas, região onde habita e como mencionado, ao seu estilo de vida. E assim sendo, podem ser algo variáveis!

Os planos preventivos podem ser iniciados a partir das 8 semanas de idade, e hoje em dia já é até possível usar produtos que combinam acção desparasitante interna e externa, de forma a tornar a sua utilização periódica regular mais fácil.

Aconselhe-se com o seu médico-veterinário sobre a frequência de desparasitação e o tipo de produto mais adequados para o seu patudo!

No caso de gatos ou outros animais de interior, é aconselhável realizar desparasitações regulares.

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