Tenho um cachorro. E agora?

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Ser tutor de um cachorro é uma aventura especial e altamente recompensadora. A chegada de um cachorro a casa é sempre um momento de imensa diversão, mas também de algumas dúvidas, receios e responsabilidades.

Muitos tutores têm incertezas sobre assuntos como a alimentação, desparasitação, vacinas ou saídas à rua. Embora a resposta a estas questões possa variar um pouco de caso para caso, tem por base o mesmo princípio – a saúde em primeiro plano.

 

Preparativos

 

Antes de mais, a saúde tem início em casa. Antes de receber o seu patudo, faça alguns preparativos para garantir maior conforto: prepare uma cama, comedouros e bebedouros adequados ao tamanho do seu patudo, adquira alimento para cachorro (seco ou húmido), tenha alguns resguardos à mão e proteja áreas que possam ser perigosas para um pequeno explorador.

 

Uma vez em casa, é natural que o seu pequeno patudo leve algum tempo a ajustar-se ao seu novo ambiente. Aproveite para observar o comportamento do seu patudo e registe aspectos sobre os quais poderá ter dúvidas se são normais ou não.

 

Primeira visita ao veterinário

 

 

Nos dias seguintes, e tão breve quanto possível, deve organizar uma visita ao Médico Veterinário para um exame geral.

 

Nesta primeira visita ao Médico-Veterinário, que tem por objectivo verificar o estado de saúde do seu patudo, poderá discutir o plano de saúde mais adequado ao estilo de vida do seu cão. Desta forma, terá também a oportunidade de esclarecer outras dúvidas que tenha.

 

Os planos de saúde dos cães contemplam vários aspectos e são sempre ajustados às suas particularidades. A vacinação, desparasitação e alimentação podem ser variáveis entre os cães.

 

Vacinação

 

Sobre a vacinação, lembre-se que é fundamental e altamente recomendada na protecção dos cachorros contra agentes infecciosos. É uma forma segura e eficaz na prevenção de muitas doenças infecciosas graves, e por vezes fatais, como a parvovirose, esgana ou leptospirose.

 

Por norma, os cachorros podem iniciar o seu protocolo vacinal a partir das 6-7 semanas, e devem completar a sua vacinação essencial até às 16 semanas de idade.

 

Por requisitos legais, a vacina anti-rábica deve ser administrada a partir dos 3 meses de idade.

 

Consoante a sua zona geográfica e o estilo de vida do seu patudo, o seu Médico Veterinário poderá recomendar a administração de vacinas adicionais durante o crescimento do seu cão, como por exemplo recomendar vacinação para a leishmaniose ou para a chamada “febre da carraça”.

É importante referir que as vacinas do seu cachorro não actuam de forma imediata, e por isso deve evitar os passeios na rua até indicação do seu Médico Veterinário.

 

Sociabilização

 

Uma vez que a sociabilização é um período muito importante para a vida do seu cachorro, existem protocolos vacinais que permitem uma sociabilização  mais segura.

 

O período de sociabilização dos cachorros decorre entre as 3 e as 16 semanas de idade, e neste período, é fundamental que o seu patudo aprenda comportamentos correctos tanto com a mãe e os outros membros da ninhada, como com os tutores – a partir do momento que estão na sua nova casa.

 

Nesta fase, deve apresentar o maior número de estímulos ao seu cachorro, desde pessoas, a sons ou ambientes. Lembre-se que o contacto com outros cães deve ser limitado a animais que estejam devidamente protegidos, com vacinação e desparasitação em dia.

 

Desparasitação

 

Sobre a desparasitação do seu cachorro, essa necessidade será também discutida numa primeira visita ao Médico-Veterinário.

 

Alguns parasitas são bem conhecidos: pulgas, carraças e piolhos encontram-se na pele e no pêlo dos nossos patudos, e são descritos como parasitas externos. São os mais memoráveis talvez por serem também os mais visíveis.

 

No entanto, existem também parasitas que podem ser encontrados em órgãos e cavidades internas dos nossos cachorros – os chamados parasitas internos.  O intestino, pulmões e o coração são alguns dos locais onde estes parasitas se podem alojar e provocar doenças graves.

 

Embora alguns destes parasitas internos possam ser transmitidos aos cachorros durante a gestação, a maioria dos agentes parasitários podem ser adquiridos nos passeios, pelo contacto com outros animais e através dos diversos hábitos dos nossos patudos – o farejar, lamber, morder, etc.

 

O controlo destes parasitas internos e externos é essencial, não só pelo perigo que representam para os nossos animais, mas também pelo potencial risco de transmissão de outros agentes infecciosos que contenham e mesmo pelo risco de transmissão de alguns parasitas aos tutores.

 

Assim, é aconselhável uma desparasitação regular com produtos eficazes e adequados ao porte do seu cachorro. Consoante a sua área de residência, o seu Médico-Veterinário poderá recomendar um controlo mensal de determinados parasitas endémicos.

 

Alimentação

 

A verdade é que a alimentação e o crescimento andam de mãos dadas, e uma boa a dieta é a base para um crescimento saudável.

 

É através da alimentação que o seu cachorro recebe a energia e os nutrientes necessários para o seu desenvolvimento. A todos os instantes, deve garantir um alimento de qualidade e adequado à fase do crescimento do seu cachorro.

 

Questões sobre o número de refeições por dia e quantidades de alimento são variáveis consoante a idade e o porte do seu cachorro. Geralmente, numa fase inicial é recomendado praticar um maior número de refeições por dia, e  com o crescimento reduzir a duas ou três, consoante o que for mais apropriado e fácil para os tutores.

 

A dieta que escolher para o seu patudo deverá vir acompanhada por uma tabela com as quantidades de alimento a administrar ao seu cão. Numa fase inicial poderá guiar-se por ela, mas procure sempre aconselhar-se com o seu Médico-Veterinário.

 

Existem diversas formulações, secas ou húmidas, com diferentes tamanhos e com diferentes ingredientes. A dieta deverá ser sempre ajustada ao porte do seu cão, e se for alimentação seca então deve ter um grão de tamanho adequado ao seu cachorro.

 

Alguns cachorros, enquanto jovens, podem preferir o alimento húmido, e esta preferência pode estar relacionada com a dentição do seu patudo.

 

A dentição de leite, que surge entre as 3 e as 8 semanas de idade é substituída pela dentição definitiva entre os 4 e os 6 meses.

 

À medida que a dentição vai surgindo é natural que o seu cachorro sinta necessidade de morder alguns objectos. É um comportamento natural, e deve orientar esta vontade de mordiscar para brinquedos adequados ao seu porte.

 

Esterilização – sim ou não?

 

Na sequência destas consultas, deve também aproveitar para discutir a  possibilidade de esterilizar o seu cão. As esterilizações são procedimentos cirúrgicos que têm por objectivo a remoção de órgãos reprodutivos (ovários ou testículos), e idealmente devem ser realizados quando os animais são jovens.

 

Existem alguns benefícios de saúde em esterilizar os nossos patudos, tanto machos como fêmeas, e o seu Médico-Veterinário poderá esclarecer quaisquer dúvidas que tenha nesse sentido.

 

A todos os instantes deverá manter um estilo de vida saudável, mantendo uma alimentação de qualidade, realizando exercício físico e mantendo o plano de saúde do seu patudo em dia.

 

São recomendáveis, no mínimo, duas visitas por ano ao Médico Veterinário para assuntos de saúde e, a qualquer momento, para a monitorização do peso.

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