Como ajudar o seu gato a viver com Doença Renal Crónica

Como se diagnostica a doença renal crónica felina?

A doença renal crónica felina é uma condição progressiva, que se desenvolve ao longo de vários meses e é possível que os tutores não reconheçam de imediato alguns dos sinais clínicos associados.

Tal como noutras condições, os sinais clínicos manifestados por gatos com doença renal crónica não são específicos de doença renal, e por isso o diagnóstico terá que ser alcançado com base na história clínica, nos sintomas relatados pelos tutores, no exame físico detalhado e de alguns exames de diagnóstico, entre os quais análises ao sangue e à urina.

Uma vez que os rins têm como função eliminar certas substâncias através da urina, quando o rim sofre lesões avançadas a capacidade de filtração e de excreção do rim é afetada e torna-se reduzida. Como consequência, são acumuladas no sangue substâncias que o rim não elimina de forma adequada – como a ureia e a creatinina. Assim, e de forma a avaliar a função renal, é comum medir os níveis destas substâncias no sangue. Recentemente, tornou-se disponível analisar uma outra substância – a SDMA – que permite suspeitar de doença renal crónica numa fase mais precoce da sua evolução.

Ao mesmo tempo que se analisa o sangue, é também importante realizar algumas análises à urina. Dado que a capacidade do rim para concentrar a urina vai diminuindo com a progressão da doença renal, é comum analisar a urina quanto à sua densidade e verificar outros parâmetros, como por exemplo a presença de proteínas ou de bactérias na urina. A presença de proteína na urina é importante para saber a severidade da doença  e é útil na avaliação da evolução da doença, uma vez que em casos de doença renal crónica é frequente ocorrerem perdas de proteína através da urina. Estes gatos que têm presença de proteínas na urina, se não forem tratados terão menos esperança de vida comparativamente com os gatos com DRC mas sem proteína na urina,

Para além destes exames, o médico veterinário também pode realizar raio-x ou ecografia abdominal, de forma a avaliar características como o tamanho, forma e estrutura dos rins.

Uma vez alcançado o diagnóstico, e dado que é uma doença progressiva, é comum categorizar os achados clínicos num dos diferentes estadios da doença. Por se tratar de uma doença que tem uma evolução variável, é vantajoso realizar exames com alguma regularidade por forma a monitorar e controlar a progressão da doença.

Como se trata a doença renal crónica felina?

Na doença renal crónica as lesões provocadas aos rins são irreversíveis, e assim sendo não se pode falar numa cura. Contudo, há bastantes motivos para manter o espírito positivo. Existe tratamento para: atrasar a progressão da doença, controlar sinais clínicos e promover o bem-estar do seu gato, de forma a que este tenha uma vida feliz e o mais longa possível.

Se por um lado é verdade que o tratamento terá de acompanhar toda a vida do seu gato, também é verdade que felizmente muitos gatos mantêm uma vida feliz por muitos anos após serem diagnosticados com doença renal crónica.

A medicação a ser prescrita e administrada será variável consoante o estadio da doença renal e dos sinais clínicos manifestados. Contudo, existem medidas que são transversais a todos os casos de doença renal, como a manutenção do estado de hidratação e a as alterações de dieta.

Uma das principais preocupações em gatos com doença renal crónica é a sua tendência para perderem fluidos, e por isso é importante manter um bom estado de hidratação. Nesse sentido, e com vista a promover o consumo de água pode ser vantajoso proporcionar um maior número de taças de água, humedecer a dieta seca, fornecer uma dieta húmida adequada ou recorrer a fontes de água.

A alimentação também é uma questão de extrema importância. Em certa parte, as substâncias que o rim filtra e deve eliminar na urina têm origem na alimentação, e assim devem ser feitas as alterações adequadas de forma a prevenir a produção e acumulação excessiva destas substâncias. Existem várias dietas renais que o seu médico veterinário pode aconselhar. A grande vantagem destas dietas é permitir um controlo mais eficaz dos níveis de proteína e fósforo no sangue. Sabendo que nem sempre é fácil um gato aceitar alterações na dieta, existem várias formulações secas e húmidas.

A determinado momento da doença renal crónica, há que considerar a perda urinária de proteína e uma possível presença de pressão arterial elevada – situações resultantes das lesões renais, e que por si só conduzem também a um agravamento da lesão renal. Neste sentido, consoante a avaliação física e do estadiamento da doença, poderá ser necessário recorrer a medicações próprias para reduzir perdas de proteína e para controlo da hipertensão.

O seu médico-veterinário irá recomendar visitas regulares de forma a acompanhar de perto a progressão da doença renal crónica felina e saberá avaliar a necessidade de introduzir outras medicações necessárias para ajudar a manter a vida do seu gato com qualidade.

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Sabe o que é a Doença Renal Crónica Felina?

A Doença Renal Crónica Felina é uma doença progressiva e debilitante, sem uma cura definitiva, mas que atualmente pode ser controlada permitindo que o gato mantenha melhor qualidade de vida por mais tempo.
Para compreender melhor o que é esta patologia, há que entender antes de mais o que é e qual a função do órgão “rim”.

Qual é a função dos Rins?

De uma forma simples, tal como em todos os mamíferos, os rins são órgãos responsáveis por filtrar todo o sangue do organismo, removendo produtos tóxicos que resultam do metabolismo, eliminando-os do organismo através da urina. Esta é a principal função dos rins. No entanto, para além disto, os rins são de extrema importância na manutenção do equilíbrio electrolítico e hídrico do animal, e têm um papel fundamental na produção de algumas hormonas importantes para o normal funcionamento do organismo, como por exemplo a produção de glóbulos vermelhos e o metabolismo do cálcio.

Termos um animal com Doença Renal Crónica Felina, significa que os seus rins perderam a capacidade de realizar a sua normal função de uma forma permanente e irreversível. É uma doença de progressão mais ou menos lenta. Com o evoluir da mesma, os rins vão perdendo a normal estrutura funcional que os constitui. A sua forma vai-se alterando e o tecido que os constitui também, deixando de existir estrutura normal e capaz de realizar o “trabalho” que é característico deste órgão.

Qual é a causa da Doença Renal Crónica Felina?

Na grande maioria dos casos de Doença Renal Crónica, é impossível determinar qual a causa que levou ao desenvolvimento da patologia.
Algumas raças têm alguma predisposição para esta patologia devido a problemas congénitos ou doenças renais familiares (por exemplo Abissínio, Persa).

Outras causas prováveis de Doença Renal Crónica são:

* exposição a substâncias tóxicas para os rins (alguns medicamentos, produtos químicos)
* Tumores
* Doenças inflamatórias/imunomediadas e/ou infeciosas
* Amiloidose

Quais os sintomas da Doença Renal Crónica felina?

A Doença Renal Crónica é uma patologia que afeta os rins, mas que se se reflete sistemicamente, afetado todo o corpo.
Numa fase inicial ocorrem algumas respostas do organismo para tentar compensar a perda de função deste órgão. Nessa altura surgem os primeiros sintomas. No caso específico dos gatos, muitas vezes, durante um longo período de tempo (meses ou até anos), os sintomas são muito subtis e de difícil valorização pelos tutores, o que faz com que, infelizmente, muitos só sejam diagnosticados em estádios já avançados de Doença Renal Crónica.

Desta forma, é imprescindível conhecer os sintomas mais frequentes de Doença Renal Crónica, para poder saber o que acontece.

Mas, afinal quais são os sintomas que um gato com Doença Renal Crónica felina pode apresentar e que devem alertar um tutor?
Os sintomas podem ser vários, ao observar estes ou alguns destes comportamentos, deve sempre procurar o seu Médico Veterinário assistente:

* beber muita água (polidipsia) e aumento do volume diário de urina (poliúria) – este é um dos sintomas mais usuais e descrito pelos donos.
* Perda de apetite (alguns animais apresentam quadros, em que comem menos, de uma forma esporádica, pelo que este aspeto é desvalorizado por muitos proprietários, sendo apenas indicado como significativo e preocupante quando o animal deixa de comer por completo)
* Perda de condição corporal (a perda de peso na maioria dos casos é lenta e o dono, na maioria dos casos, não consegue ter uma perceção deste sintoma logo no início da patologia)
* Vómitos
* Mau hálito (halitose)
* Úlceras na cavidade oral
* Animais dormem mais que o normal
* Deixam de se lavar
* Pêlo com aspeto baço e frágil
* Fraqueza generalizada
* Desidratação
* Anemia
* Hipertensão arterial
* Alteração da forma e tamanho dos rins
* Perda de proteína na urina (proteinúria)
* Acidose metabólica

Muitos destes sintomas podem ser detetados pelos donos, outros apenas através de meios de diagnóstico clínico. Há animais que apresentam todos estes sintomas e outros apenas alguns.

Muitas destas alterações não são exclusivas de Doença Renal Crónica Felina, podendo surgir em outros quadros clínicos e outras patologias. O Médico Veterinário deve ser sempre informado de qualquer alteração que seja detetada e será ele o mais indicado para efetuar o diagnóstico correto.

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Epilepsia Canina

Epilepsia: como ajudar o meu cão que foi diagnosticado com a doença

Como se diagnostica a epilepsia?

A maioria dos cães que são diagnosticados com epilepsia têm epilepsia primária (também chamada de epilepsia idiopática, por não ter uma causa identificável).

 

A epilepsia pode afectar a generalidade dos cães, contudo é mais comum em cães jovens, com idades compreendidas entre os 1 e os 5 anos, e existe prevalência em nalgumas raças como: Labrador Retriever, Golden Retriever, Pastor Alemão, Boxer, Beagle, Poodle e o Irish Setter.

 

Embora menos comum, cães com idades inferiores ou superiores às descritas também podem ser afectados por epilepsia.

 

Infelizmente não existe um único teste de diagnóstico que permita identificar a epilepsia primária nos animais. Assim sendo, o diagnóstico é feito por exclusão de outras condições e para tal, o seu médico veterinário contará com a descrição dos acontecimentos por parte do tutor, da história clínica anterior, de um exame físico e neurológico completo e de um conjunto de análises e exames que permitam despistar outras condições que também possam ocasionar ataques epilépticos .

 

É comum que cães com epilepsia primária não tenham qualquer alteração nos resultados das análises laboratoriais ou tenham alterações muito ligeiras. Em muitos casos, o médico veterinário pode sugerir que consulte um especialista em neurologia e que seja feita uma ressonância magnética para avaliar a presença de lesões cerebrais.

 

Cães com epilepsia são saudáveis e normais em todos outros aspectos. Apesar de não haver uma cura, existe tratamento para a epilepsia que é mantida ao longo da vida do cão. A maioria dos cães e as suas famílias conseguem manter uma vida saudável e feliz.

 

Como posso ajudar durante uma convulsão?

 

É difícil estar realmente preparado para um episódio convulsivo. Contudo há certas medidas que podemos tomar para ajudar a controlar a situação e promover uma recuperação tranquila.

 

Em primeiro lugar, ao tomar conhecimento que o seu cão está a ter um ataque epiléptico convulsivo, deve tentar manter a calma e não actuar de “cabeça quente”. Os episódios convulsivos podem ser visualmente impressionantes e até assustadores mas lembre-se que o seu cão não está consciente e que não está a sentir dor.

 

Com calma, aproxime-se do seu cão e verifique se está numa zona e posição segura. Se possível afaste objectos próximos com os quais possa embater ou derrubar (móveis, mesas, escadas, candeeiros ou fios eléctricos) e causar lesões.

 

Lembre-se que, numa convulsão, há uma actividade cerebral anormalmente aumentada e por isso é vantajoso diminuir o número de estímulos sensoriais: apague as luzes, desligue a televisão e tente minimizar o barulho ambiente. Um ambiente tranquilo promove uma melhor recuperação.

 

Se tiver outros animais presentes ou crianças, retire-os do local se possível. O cenário causa ansiedade em todos os presentes e dado que, após a convulsão, o seu cão pode estar desorientado, deve assegurar-se que pode recuperar com calma e sem grande agitação.

 

É importante mencionar que não deve colocar a sua mão na boca do seu cão; o seu cão não vai engolir a língua, mas lembre-se que o seu cão não está a controlar os movimentos da sua mandíbula e pode acabar por mordê-lo sem querer.

 

Não levante nem se agarre ao seu cão durante uma convulsão. Como referido, é comum os cães ficarem num estado de desorientação ao recuperar da convulsão e poderão mesmo manifestar algum tipo de agressão. Além disso, muitas vezes há perda de controlo dos esfíncteres e acabam por libertar fezes e urina durante as convulsões, pelo que poderá ficar bastante sujo.

 

Tente tomar nota do máximo de detalhes possíveis: hora de início e duração do episódio, alterações comportamentais antes, tente descrever a convulsão e o tipo de movimentos que ocorreram, bem como o comportamento do seu cão no período após a convulsão.

 

Se possível, filme ou peça para filmar a convulsão. Ter um registo destes pode fornecer uma ajuda valiosa ao seu médico veterinário e ajudar a orientar e adaptar o tratamento.

 

Na eventualidade de já ter conhecimento da condição, segundo as indicações do seu médico veterinário, poderá utilizar a medicação recomendada para uma situação de convulsão.

 

Geralmente as convulsões não são episódios longos e duram poucos minutos. No entanto, caso a convulsão tenha uma duração superior a 5 minutos ou o seu cão tenha duas ou mais convulsões em menos de 24 horas procure cuidados médico-veterinários.

 

O que é e para que serve um diário de convulsões?

 

Manter um registo de ataques epilépticos convulsivos é uma ferramenta muito útil para compreender e acompanhar de forma mais próxima a condição do seu cão.

 

Anotar a hora de início e fim da convulsão, os comportamentos antes e após a convulsão e registar o número de convulsões por mês permite-lhe a si e ao seu médico veterinário reconhecer eventuais padrões na epilepsia do seu cão e resposta ao tratamento.

 

Apontar as alterações comportamentais antes e após cada convulsão pode ajudar a reconhecer eventuais convulsões futuras e como o seu cão irá reagir ao recuperar; ao mesmo tempo, permite ter uma noção da duração dos episódios convulsivos.

 

Uma outra vantagem de um diário de convulsões é que, registar o número de convulsões por mês, permite-lhe acompanhar a condição, avaliando a sua evolução ao longo do tempo. Pode comparar o número de convulsões com os meses anteriores e perceber se estão a aumentar ou diminuir de frequência. Para o seu médico veterinário, estas são informações podem ser essenciais para reconhecer a necessidade de ajustar a medicação.

 

Existem diversas formas de acompanhar e manter um registo dos episódios convulsivos. Pode socorrer-se de um suporte físico, uma tabela em papel, ou utilizando mesmo o seu telemóvel para registar estes dados.

 

Hoje em dia, existem até aplicações móveis que permitem registar informações e acompanhar os planos de tratamentos veterinários. Podem revelar-se ferramentas muito útil para registar os episódios convulsivos. Em papel ou digital, o essencial é manter sempre actualizado o diário de convulsões do seu cão.

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Cão Epilepsia

Será que o meu cão tem Epilepsia?

Quem nunca ouviu falar de epilepsia? No entanto, muitas pessoas pensam que apenas o ser humano pode ser afectado. A verdade é que os nossos animais de estimação também podem sofrer deste problema.

O que é a epilepsia?

 

Resumidamente, podemos dizer que a epilepsia é uma doença caracterizada por ataques epilépticos (convulsivos ou não convulsivos), que ocorrem com maior ou menor frequência.

 

A epilepsia pode ser idiopática (significa sem causa conhecida). Esta é a forma mais comum de ataques epilépticos nos cães. No caso da epilepsia idiopática, o início das crises epilépticas ocorre normalmente, em animais adultos jovens entre 1 e os 5 anos de idade. Este tipo de epilepsia pode  ter uma componente hereditária nalgumas raças, como o Pastor Alemão, Labrador Retriever, Beagle, Collie, São Bernardo, entre outras. No entanto, esta doença pode afectar qualquer raça ou cruzamento.

 

A epilepsia pode ser também secundária a doença intracraniana, sendo este tipo de epilepsia mais frequente em gatos, cães idosos ou cães muito jovens. Neste caso, os sintomas são causados por problemas estruturais a nível cerebral, como por exemplo doenças inflamatórias ou infeciosas que deixam cicatrizes no cérebro, lesões após traumatismo cerebral, tumores cerebrais ou malformações congénitas.

 

É importante compreender que, havendo epilepsia, temos quase sempre ataques epilépticos sob a forma de convulsões, mas também podem haver convulsões sem haver epilepsia.

 

Existem situações, em que o animal pode apresentar convulsões e não ser epiléptico, como por exemplo, devido a intoxicações, doenças metabólicas ou traumatismos. Nestes casos, para além das convulsões, os pacientes apresentam outros sintomas. Isto é diferente do animal com epilepsia idiopática que não tem sintomas nos períodos entre “ataques”.

 

É muito importante que rapidamente se consigam excluir todas as outras causas de convulsões, de forma a se poder esclarecer se estamos perante um animal com ou sem epilepsia.

 

No caso dos animais epilépticos, importa ao tutor saber o que é um ataque epiléptico e entender as suas diferentes fases. É muito raro que ocorra à frente do médico veterinário, aquilo que a família do paciente descreve como sendo um “ataque”. Sempre que possível, deverão filmar o episódio do ataque, de forma a ser possível ao clínico visualizá-lo.

 

Um ataque epiléptico convulsivo ou convulsão é um episódio de actividade eléctrica anormal no cérebro. Geralmente, numa convulsão epiléptica, o acontecimento é descrito como havendo perda ou alteração da consciência, movimentos/contrações musculares descontrolados, defecação e micção involuntária. A duração média do episódio é de 1 a 2 minutos. Mas as convulsões não se limitam aos sintomas mais visíveis. Na verdade, cada convulsão pode ser dividida em 3 partes:

 

  • um período antes da convulsão (chamado Fase Pré-ictus ou Aura): pode ser rápido e imperceptível nalguns casos ou demorado e com alterações visíveis noutros. Ao serem conhecidos os sinais desta fase, a família pode conseguir prever o início de uma convulsão. Podem verificar-se comportamentos fora do normal, como ganir, agitação e ansiedade (alguns animais escondem-se ou deambulam sem grande orientação), podem ainda salivar em excesso ou lamber-se intensamente.

 

  • Em seguida surge a convulsão propriamente dita (Fase Ictus): normalmente ocorre perda de consciência (embora alguns possam permanecer alerta mas ansiosos e com tremores generalizados). Outros sintomas incluem alterações do tónus muscular e movimentos descoordenados (podem ficar deitados de lado e mover os membros como se estivessem a correr), movimentos de mastigação involuntários (podem morder a própria língua), salivação excessiva (muita espuma em torno da boca) e a grande maioria defeca e urina nesta fase. Esta fase dura desde alguns segundos a poucos minutos.

 

  • Por fim, a última fase (Pós-Ictus): pode durar apenas uns segundos até a algumas horas ou dias. É a fase desde a convulsão até à recuperação do estado normal do animal. Alterações de comportamento, como desorientação ou até alguma agressividade e ansiedade, cegueira transitória, sede excessiva ou apetite voraz, alterações de equilíbrio e coordenação ou sonolência, são alguns dos sintomas mais usuais.

 

Na grande maioria dos casos, estas crises são isoladas e esporádicas (mais ou menos frequentes dependendo de cada caso). Convém determinar com exactidão com que frequência ocorrem. Nalgumas situações, o paciente pode ter convulsões seguidas e muito próximas, de tal forma que não chega a recuperar o estado normal entre elas, designando-se este quadro por status epilepticus, sendo urgente a assistência médico-veterinária nestes casos.

 

A epilepsia é uma doença crónica, pelo que os “ataques” se vão repetir, normalmente em intervalos regulares de semanas ou meses entre convulsões. A frequência e a severidade das crises têm tendência a aumentar à medida que o animal vai envelhecendo, principalmente em cães de raça de grande porte.

 

É de extrema importância que consulte o seu médico veterinário assistente, assim que se verifique qualquer convulsão, e descreva todo o episódio, para rapidamente se poder proceder ao diagnóstico e instituição de terapêutica adequada se assim for necessário.

 

A medicação antiepiléptica é diária e contínua. Na maioria dos casos o que se regista é uma diminuição significativa quer da frequência quer da duração/severidade dos episódios. Hoje em dia já existe medicação específica para cães na área de epilepsia.

 

Apesar de não haver cura definitiva para a epilepsia, os animais que sejam correctamente acompanhados e medicados, poderão ter uma boa qualidade de vida.

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